A saúde pública da Grande Florianópolis está prestes a passar por uma revolução. Três novos hospitais, localizados em Palhoça, São José e Florianópolis, prometem ampliar o atendimento, fortalecer o SUS e oferecer maior autonomia para os municípios da região metropolitana.
Embora cada projeto esteja em estágios diferentes de desenvolvimento, todos compartilham o mesmo objetivo: melhorar a qualidade e o alcance do atendimento hospitalar. Juntos, somam pelo menos 353 novos leitos, com destaque para serviços de urgência, especialidades médicas e unidades de diagnóstico por imagem.

Hospital Regional de Palhoça: promessa de referência no atendimento de urgência
Entre os três, o projeto mais avançado é o Hospital Regional de Palhoça, cuja construção já está em andamento. Anunciado em setembro de 2024, o hospital está sendo erguido no bairro Nova Palhoça, em um terreno de 18 mil metros quadrados. A estrutura contará com 183 leitos e terá capacidade para realizar até 18 mil atendimentos mensais pelo SUS.
Além disso, o prédio principal terá cinco pavimentos, e a obra segue em ritmo acelerado. Atualmente, estão sendo realizados os serviços de concretagem, pilares estruturais e vigas baldrames.
Com investimento total de R$ 119 milhões — dos quais R$ 99 milhões vêm do Governo do Estado e R$ 20 milhões da Prefeitura —, a unidade deverá atender casos de urgência, emergência, maternidade, traumatologia e internações clínicas. Portanto, a cidade passa a contar com um equipamento essencial para desafogar os hospitais da capital e oferecer atendimento regionalizado.
São José vai transformar antiga estrutura em hospital moderno
Por outro lado, São José aposta na reutilização de uma estrutura já existente para agilizar o processo. O Complexo Hospitalar de São José será instalado onde funcionava a Univali, no Sertão do Maruim. Com uma área total de 20 mil metros quadrados (sendo 12 mil de área útil), a unidade está planejada para 140 leitos de internação e 30 de UTI.
O projeto inclui um centro cirúrgico com 10 salas operatórias e um CDI (Centro de Diagnóstico por Imagem) completo, com exames de raio-X, ressonância magnética e tomografia computadorizada.
Embora as obras ainda não tenham começado, a Prefeitura já iniciou os estudos técnicos, em parceria com o Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades, para definir o que será mantido da estrutura atual e o que será readequado. Segundo a secretária municipal de Saúde, Sinara Regina Landt Simioni, a próxima fase inclui uma visita técnica ao local. Assim, o município busca mais autonomia no atendimento à população, que hoje depende fortemente da rede estadual.
Florianópolis planeja complexo hospitalar inovador no Norte da Ilha
Enquanto Palhoça constrói e São José prepara o terreno, Florianópolis já definiu o local e o conceito do seu futuro hospital. Chamado provisoriamente de Cidade da Saúde, o novo complexo será construído no bairro Vargem Grande, no estacionamento da atual UPA Norte, próximo ao TICAN (Terminal de Integração de Canasvieiras).
O projeto está na fase final de aprovação, com a licitação prevista para o segundo semestre de 2025. As obras devem começar no início de 2026. A estrutura será ampla e moderna, com foco em especialidades como cardiologia, ortopedia e urologia. Além disso, contará com CDI, Caps 24h e um Hospital Dia para cirurgias de baixa e média complexidade.
Outro diferencial do projeto é a criação de um Centro de Atendimento à População Neurodivergente, também no Norte da Ilha. A proposta é descentralizar o atendimento hospitalar e oferecer serviços especializados mais próximos da população da região, reduzindo os deslocamentos até o centro e sul da cidade.
O que muda na prática para a população da Grande Florianópolis
Ao analisar o conjunto dos três projetos, fica claro que a Grande Florianópolis se prepara para um novo ciclo na saúde pública. A soma de investimentos, a distribuição estratégica das unidades e a variedade de serviços prometem reduzir filas, desafogar as UPAs e oferecer tratamentos especializados mais acessíveis.
Além disso, os três hospitais reforçam o compromisso dos municípios com uma saúde pública mais eficiente e humanizada. Enquanto isso, a população aguarda com expectativa a finalização das obras e o início dos atendimentos.
Portanto, o cenário é positivo: mais leitos, mais equipamentos modernos e mais autonomia regional. Assim, a Grande Florianópolis avança em direção a um sistema de saúde mais robusto e preparado para os desafios dos próximos anos.